[Aventura] Caranguejo não é Peixe

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A conversa interna passava despercebida por Crab, que retornava os olhos à Maki, vez ou outra focando-os em seu decote e corando. Apesar de tudo, ele realmente parecia não ter apreciado a aparição repentina de Bellamy, especificamente devido ao fato de que o mesmo parecia atrair a garota para perto de si. Ele tossiu, como se estivesse buscando a atenção de todos da sala, talvez para tentar tirar a aproximação do grupo.

─ Muito bom ver a aproximação de vocês três. São um grupo de amigos formidáveis! ─ Ele continuou.
─ Mas creio que... Bell ─ Ele sorriu, usando o mesmo apelido de Maki para o capitão. ─ Não esteja interessado em nos acompanhar, uma vez que não respondeu

Tomara a liberdade de decidir aquilo, afinal a garota de cabelos roxos havia sido intrusiva o suficiente para distrair o louro. Crab ao ter seu lugar tomado, decidira pedir à Altair, que respondera rapidamente, uma outra cadeira e agora ao lado de sua dama, tentou puxar assunto.

─ Devemos ir enquanto não está tão frio, senhorita! Creio que se apaixonara perdidamente no Serenidade

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Crab parecia irritado e, desta vez, não suprimiu sua inquietação, deixando-a transparecer. Quando todos os membros daquele grupo se juntaram no passeio ao luar entre ele e sua bélissima dama, quase decidira dizer algo, mas conteve-se. Havia algo diferente que poderia fazer. No instante em que planejara, ele sorriu e, balançou a cabeça positivamente.

─ Ora! Mas é claro! Quanto mais melhor ─ E então, virou-se a Nezha. Aparentemente, a garota não era somente um poço de escrotisse: parecia ter algum cérebro. ─ Bem, na verdade seu nome vêm de seu antigo capitão. Era um homem que adorava velejar por mares calmos, apreciando a boa vida ─ Continuou.

─ Era um homem singelo, e que vivera até os oitenta anos. Ele mesmo construiu o Serenidade. E então, me dera de presente quando viajei até lá para que pudessemos ter um último encontro. Infelizmente, morreu de velhice ─ Continuou. O que não sabiam era que o homem devia ao Barão e, a sua forma de quitar a divida fora dando o seu bem mais precioso. O desgraçado acabou morrendo de tristeza meses depois.

Por fim, começaram a andar em direção a saída.
─ Precisarei retornar em breve, por isso e por Maki, a ilustre convidada, ter decidido, iremos em carruagens!
─ Como devem saber, infelizmente, as carruagens só poderão ocupar de dois a três espaços. Os outros lugares estarão repletos de bebidas e guloseimas para vocês, então, por favor fiquem bem! ─ Ele continuou, enquanto puxara Astel mais uma vez e sussurrara palavras que não conseguiriam entender.

O homem rapidamente fora em direção capitão Bellamy e Nezha, praticamente se colocando a frente de Crab e Maki.
─ Vamos para a carruagem, senhores?
─ Trouxeram uma série de coisas para nos divertirmos durante a viagem. Há carne, vinho de primeira qualidade e um baralho. Não é querendo me gabar, mas acredito que poderia ganhar de qualquer um em um jogo ─ Continuara. Astel, embora em um golpe de sorte, havia dito algo que fizera Bellamy esquecer de tudo por alguns segundos.

Ganhar? Dele, num jogo?! Era inaceitável.

─ Vamos lá, Maki? ─ Dissera Crab.
Mesmo se desejase seguir com seus amigos, não havia lugar o suficiente.

Rolagens:

Na praia.
Você havia chegado a algum tempo naquela ilha, mas onde quer que fosse, era tratado de maneira ruim. Aquelas pessoas, elas pareciam não aceita-lo, simplesmente por ser um gigante e, apesar das primeiras vezes aquilo ser o suficiente para deixa-lo irritado, ser constantemente escurraçado de qualquer lugar que fosse, começava a deixa-lo triste e pensativo. Talvez nunca devesse ter fugido.

Mas, era como os Vikings diziam: queime o Barco. Uma vez que fizesse isso, não havia forma de retornar e, então, deveria seguir em frente, indiferente do que sentisse. O dia em questão havia passado como qualquer outro. Escondeu-se nas casas de Vila Velha durante o dia e, a noite, decidira caminhar entre a praia, talvez, encontrar algum peixe ou um cardume destes. No dia em questão, estava com mais fome do que o normal.

Sua caminhada levou-o, embora não soubesse, ao lado nobre daquela ilha. Haviam barcos no mar aberto, um pouco longe - provavelmente de pescadores, mas além disso, aparentemente nada. Além de um barco, parado e atracado. Estava repleto de flores brancas e vermelhas em seu convés, além de uma escada propositalmente preparada para o que parecia ser uma festa.

E, apesar de ser de uma cultura diferente da sua, as festas sempre eram as mesmas: Se houvesse pessoas brindando e felizes, havia comida. Entraria lá, para tentar encontrar alguma comida?

noite já ia alta e o negrume do mar apenas espelhando a luz da lua ou das estrelas é algo muito nostálgico. O pipoco das ondas que se arremessavam em sintonia ao cais, o cheiro de mar impregnado nas velas, a areia sedosa acariciada pela espuma e o sal das ondas, me faziam sentir em casa, recordar dos animais da ilha e das distantes e vagas lembranças de meus pais. Me aborrecia e até me entristecia ser tão mal recebido ao longo desses dias naquela ínsula, me fazia pensar que até as feras selvagens eram mais gentis que os humanos. Talvez se eu fosse mais parecido com eles, eu teria um tratamento bem diferente, pensava não exatamente com essas palavras, por não as saber, mas o sentido delas que ressoavam em mim.

Ao ritmo leve de minhas passadas por sobre a areia da praia, usaria passivamente minha habilidade de controle de tamanho, diminuindo progressivamente até um tamanho humano, cerca de um metro e setenta, por aí.

Podia ouvir minha barriga roncar de tanto eco que o vazio dela fazia, já não tinha uma refeição decente há uns bons dias. Pelo menos naquele tamanho um pouco de comida já me saciaria bem melhor, pensava. De repente algo me chamava a atenção e eu não podia deixar de notar um barco diferente daqueles outros pesqueiros. Esse parecia bem enfeitado, mais robusto, cheio de flores alvas e rubras sobre o convés, parecia uma espécie de festa importante. Era tentador, a possibilidade de haver comida lá dentro fazia mais ainda meu estômago bater palmas, então subiria as escadas do convés analisando tudo pelas frestas da máscara e vislumbrando qualquer alimento que aparentasse ser apetitoso e sadio, olharia para os lados procurando qualquer movimento no navio, se não tivesse ninguém, abocanharia a refeição sem maiores cerimônias, levantando um pouco a máscara até a altura do nariz. Do contrário, para qualquer pessoa ou ser que lá estivesse diria antes de tomar a refeição:

- O-oi... Eu.. tô com fome.

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O plano de Crab havia dado e, ele passivamente ignorou o nome inventado que Bellamy havia o dado. Tudo bem ser chamado de Eunuco, desde que tivesse um período verdadeiramente a sós com a sua bela dama. Sinceramente? Que os outros macacos se enfileirassem na outra carruagem e que se perdessem!

─ Oh sim! Com certeza!
─ Esperaremos vocês lá, até breve! ─ Despediu-se alegremente. Qualquer um que tivesse inteligência o suficiente perceberia a mudança de humor cavalar daquele tio. Ele realmente estava radiante de ter um momento a sós. E, fã? Uma ova. Tava mais para perseguidor.

Agora, ambos sozinhos, ele sentou-se frente a você, servindo uma taça generosa de algum tipo de bebida rústica para ambos. O cheiro era agradável, como a de maça-verde e se decidisse tomar, se surpreenderia. Era um tipo de licor. ─ Maravilhosa, não é? Chama-se Daniels Jack. De Maça Verde. É raridade por estas bandas. Os produtores são da Grand Line ─ Ele tentava jogar papo fora, mas agora sozinho, começava a não saber por onde ir. E, até mesmo demonstrava uma certa ansiedade, batendo o pé com um ritmo avassalador.

Por fim, colocara mais para si da bebida, enquanto o cavalo trotava de maneira controlada.

─ É... você já pensou num dia? Digo... para nosso laço ser formado? ─ Ele continuava usando aquela palavra. Laço... O que significava exatamente?
─ Peço desculpas de antemão. Eu costumo ser um pouco menos envergonhado, mas frente a uma pessoa tão ilustre, é quase impossível não tremer


Quanto a vocês, foram guiados pelo mordomo carruagem a dentro. Talvez pelo sono, antes que pudesse jogar propriamente, Bellamy caira no sono novamente - felizmente, já estava sentado. O mordomo que havia sido o último a entrar por ali, olhou-o de uma maneira um tanto quanto desacreditava, dando de ombros.

─ O rapaz... Realmente estava com sono ─ Dissera.
─ Talvez seu passeio pelas terras de Crab foram cansativas ─ Continuara. Por fim, sacou de seu paletó uma série de cartas, disponibilizando-as frente a ti, Nezha.

─ O que acha de jogarmos um jogo? ─ Ele te pergunta.

─ Já ouviu falar da história do número da sorte do rei dos piratas? ─ Astel parecia mais falador agora. Nesse instante, a carruagem onde estavam começava a andar também, com trotes lentos.

─ Era vinte e sete. Esse jogo nasceu devido ao desgraçado, se me permite a palavra ─ Continuava.
─ Muitos acreditavam que era o número de ilhas que havia conquistado
─ Outros, no entanto, acreditavam que era o número de concubinas que havia deixado para trás em sua trajetória nada heróica.

─ O nome desse jogo também é Vinte e Sete. Seu objetivo é tirar carta a carta. Até formar o número vinte e sete ou menor. Caso ultrapasse, perderá. Quem chegar mais próximo, vence
─ Simples, não acha?

Ele começa a mexer por conta própria novamente, puxando três cartas e colocando-as a sua frente.
─ Para que seja mais divertido, serei o primeiro a jogar. Quem perder, contará uma história sobre si. O que acha? Emocionante o bastante?

Cartas:

Com o tamanho diminuto, não poderiam vê-lo com tanta facilidade, mas aquilo não exatamente significava que seu estômago teria um fundo menor: pelo contrário, era como se houvesse ainda mais fome, em um corpo menor. Já dentro do barco, passara por um caminho de rosas bélissimo. A seguir, balões de ar e minhocas de papel de cores diferentes. Apesar de tudo, não havia uma viva alma sequer no lugar.

Explorando mais a fundo, começara pela sala do capitão, olhando primeiramente pelo vidro. Nada de interessante era enxergado, além do timão e outros equipamentos/peças necessários para que a embarcação continuasse a ativa. Agora, descendo as escadas era outra coisa. Ao tatear as paredes escuras do navio, começara a se guiar entre a escuridão até chegar numa espécie de dispensa. Lá, dois lugares previamente montados a frente de uma mesa chamara-o atenção.

Embora a luz de um candelambro fosse horrorosa para dar-lhe todos os detalhes das comidas e de outros móveis, era o suficiente para saber que a sua frente estava um banquete. Atacaria, mesmo sabendo que era de outra pessoa?

vasta fome já corroía-me as entranhas, ser pequeno parecia não significar diminuir a fome também. Pensava desapontado: "Droga!". A passos curiosos sobre as tábuas do convés, mas com a leveza e o cuidado de quem sabe se ocultar, seguia entre o caminho impávido de rosas e os adornos coloridos de festa. Levianamente os cheirava, como um porco curioso, cutucando com o indicador os balões e serpentinas para esquecer momentaneamente a fome.

À medida que seguia, o cenário que se desdobrava à minha frente parecia mais ermo, sóbrio, era apenas uma cabine comum, daquelas que se capitaneam qualquer navio, nada de novo ou interessante, era algo que eu já tinha familiaridade. Observava o vitral translúcido que refletia o leme sob a suave luz da penumbra. Buscando um pouco de mim no mínimo de reflexo que a ótica permitia, penteava com a destra os pelos suínos de minha máscara, dando um joinha com a outra mão após verificar a aparência.

Partindo dali, um jogo de escadas revelavam-se diante de meus olhos, enquanto eu descia ainda mais curioso, tateando as paredes e pisando degrau por degrau. A luz parecia ainda mais rarefeita, mas logo me acostumava com o ambiente. Normal, vivi muito tempo tendo que lidar com os perigos noturnos do meu antigo lar-ilha sem nenhuma fonte externa de luz, pensei. Meu nariz se atiçava a farejar num ritmo ainda mais acelerado, tal qual um cão perdigueiro quando encontra uma bela caça, me levando até vislumbrar uma espécie de despensa do navio, com uma mesa posta pra dois e um farto banquete.

Sem pensar duas vezes atacaria a comida, principalmente a carne que lá houvesse, de modo a saciar meu vício latente. A cada mordida, tentaria desvendar os sabores e temperos, avaliando mentalmente os pontos e texturas de cada ingrediente, como quem tem gana de aprender e desenvolver o paladar. Após saciar minha vontade, se não fosse impedido por qualquer fator externo, buscaria explorar mais o navio, para achar qualquer coisa interessante, principalmente a cozinha. Se fosse ali mesmo na dispensa, analisaria os insumos, e utensílios, tais como facas, panelas, fogões e bancadas. Se não fosse, carregaria alguns bons insumos consigo em um saco fundo de pano, algo como uma boa variedade para cozinhar o que a criatividade me proporcionasse. "Faz um tempão que não cozinho também. Grunf!"

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─ Parece que ganhei a primeira rodada ─ Ele sorriu, recolhendo as cartas.
─ Primeira pergunta. O que veio fazer aqui? Digo... Não me parece conhecer nenhum dos outros dois. Os verdadeiros convidados de Crab ─ Astel era alguém visivelmente inteligente e, além de tudo, perspicaz. O fato de ter descoberto sobre esse fato sem necessariamente precisar de sua explicação era uma prova disso.

Com o fim de sua resposta, uma nova rodada de cartas seria lançada na mesa. Vez ou outra, apesar de tudo, ouviam os murmúrios de Bellamy, que chamava o nome de sua querida amiga.

O pesadelo em que estava era absolutamente horrendo. Sabia que se, o ato fosse consumado, Maki deixaria de ser uma de suas Nakamas, para se juntar a um homem estranho. Embora no seu exterior não soubesse os sentimentos que nutria, sua mente e interior não mentiam. Estava visivelmente Preocupado. Minutos passaram-se desde sua partida ao mundo dos sonhos, até que abruptamente, acordara. Como se, por algum sentido, sua determinação superasse aquele traço de seu corpo.

─ Quer se juntar a nós, Senhor Bellamy? ─ Fora a primeira palavra que havia escutado ao ter seus olhos abertos.


O banquete a sua frente estava delicioso. Maravilhoso.

Cada sensação que sentia, seja o ponto da carne, o tempo de cozimento dos legumes e temperos diferentes, transportava-o para outra dimensão. Seja quem for o responsável por aquele banquete, de fato, era um cozinheiro e tanto. Na verdade, superior até mesmo ao que conseguiria fazer. Aquilo, aquela informação específica parecia tê-lo acordado e forçado a procurar a cozinha. Seu objetivo? Cozinhar.

Alguma busca depois, acabaria encontrando uma porta mais ao fundo, com utensílios e alguma comida que poderia preparar.


Crab olhara-o com uma ponta de dúvida, mas rapidamente deu leves tossidas, enquanto retornava a sua postura, tomando o copo de bebida em sua mão para que pudesse toma-lo. A bebida era cara, além de boa. Mesmo alguém rico não poderia desperdiçar, afinal.
─ Bem... Vamos chegar primeiro e, então me aprofundarei quanto a esse assunto. ─ Ele sorriu.
─ Se me permite a palavra, está belíssima! ─ Continuou.

A chegada até a praia ocorreria minutos depois e, a luz da lua, a carruagem parara. Com a porta aberta, Crab fora o primeiro a descer, estendendo a mão para que pudesse ajuda-la. Em uma pequena ponte, você já poderia ver Serenidade. Era um belo barco, não muito grande, mas extremamente bem ajeitado. Havia balões e afins, devido a ser o presente.