[RP] Não É Porque Eu Sou Feio Que Sou Burro

Não É Porque Eu Sou Feio Que Sou Burro ─ 01

- 1 Corda de 5m.
- 1 Pá.
- 1 Fita Adesiva (Deve ser a prova d'água).
- 1 Carrinho de Mão.
- 1 Saco de Lixo (O Maior Possível)
- 1 Serra Elétrica
- 10 Tábuas de Madeira (Bem fortes e firmes)
- 1 Luva de Jardin-.

Ah, foi mal. Creio que esteja escrevendo minha lista de compras no lugar errado. O que? Que cara é essa? Não, não tem nada de estranho com essa lista. Vamos lá, eu vou te explicar, ta ok? Comecei a mexer com jardinagem, há algum tempo. Estou tentando fazer um muro suspenso aqui e algumas pequenas hortinhas, entende? Nada demais. Por que? Você acha que está estranha essa lista? Ok, tudo bem, acho melhor não comprar tudo de uma vez, não é? Ainda está faltando 1 camisinha e 2 pepi-. Ah, melhor deixar pra lá? Ta, tudo bem.

Seguirei seu conselho.

Bom, já que estamos aqui, acho que posso continuar o que estou sendo pag-, como é? Eu não to recebendo? Por que diabos eu estou fazendo isso então? Ah, ok... "Diversão". Está bem, vou parar de enrolar. Mas antes, queria dizer, meu amigo, que história triste da porr-. Sério mesmo, caiu até uma lágrima aqui, sabe? Na realidade, eu fico até com um pouco de pena de narrar para ti, porque me dá até medo do resultado. Mas, bom, vamos pensar positivo. Daqui pra frente, só pra trás... ou algo assim, esqueci o ditado.

Las Camps é um arquipélago que pode ser chamado, verdadeiramente, de paraíso, não é? Não, não é mesmo. A existência de três ilhas, por si só, que apareceram misteriosamente, já demonstra que essa ilha não tem nada de divino, mas de demoní-. Pera, é tranquilo usar essa palavra perto de ti? Sei lá, dá algum gatilho e tal? Se der, me avise, está okay? Mas, continuando, meu caro chifrudo, os mistérios que cercam essa ilha fazem jus ao fato de 3 grandes pesquisadores terem se reunido para estudá-la.

Lógico, não vamos fingir-nos de tolos — "fingir-nos", chique demais. —, nós sabemos o motivo de você ter vindo para este local, certo? São exatamente tais mistérios que excitam sua mente, não é, Artorius? Apesar da brutalidade que se expressa em sua fisionomia, esconde-se uma intelectualidade que poucos entenderiam. Aspecto esse que, diga-se de passagem, é admirável para algumas pessoas dessa ilha, porém, deixemos essa questão para depois — realmente espero que consigamos superar a questão da aparência, sabe?

Local de aportamento fácil, era a Ilha de Ferro — sim, eu sei que quer encontrar Albert Tesla, mas vamos com calma. Localizada ao Oeste, geralmente, recebia os aventureiros e pesquisadores que decidiam se arriscar por aquelas bandas. Diga-se de passagem, não era atoa que o QG da Marinha se localizava naquele lugar e, bem, você já havia percebido isso em pouco tempo.

Sabe uma coisa que eu preciso citar, mas que você já deve estar cansado? Sim, o preconceito. Nesta ilha, apesar da pesquisa científica ser a maior atração turística, muitos moradores — e eu diria a maioria — ainda são incapazes de lidar com simples questões de diferença de raça. Ainda que, não demonstrem propriamente certa hostilidade, a aversão perceptível em suas faces pode ser um problema a se lidar. Obviamente, o centro da ilha não é propriamente lotado e esse fato é lhe favorece, permitindo que caminhe sozinho por um bom tempo.

Bom, não quero me estender demais nessa questão e preciso fazer minhas compras. Então, a partir daqui deixo contigo. Onde se encontra nessa ilha? Que tal me dizer para onde pretende ir? Talvez, já tenha pesquisado um pouco sobre a própria ilha para estar aqui? Vamos, me dê algo. Como você começaria a buscar alguém que procura?

DREARG ARTORIUS ─  Post 01

Não sabia dizer o exato motivo para ter ido para aquele arquipélago, bem, era algo que seu mestre queria fazer à algum tempo, explorar as ruinas da Ilha Marfim e buscar algo que pudesse levar ao século perdido. Artorius simplesmente seguiu com o plano, pegou o que pode e partiu para o mar, preferiu ir de barco, mas o mesmo afundou um dia antes, malditos navegadores que não conseguem prever bancos de areia, por sorte, se dava melhor no mar do que em terra firme.

Ele andava pela praia, o cabelo molhado colado na testa escondia os chifres sobressalentes, ambos bem aparados. A primeira coisa que ele pensou ao colocar os pés no local - Que fome ... – Sua barriga roncava como um velho carro v8 – Que sede ... – Sua garganta implorava por um bom e velho copo de cerveja – Que vontade de fumar um cigarro ... – Resmungava por fim, arrastando seu pesado corpo rumo ao centro da ilha, seja ela qual for.

A agua tinha consumido seu maço de cigarro, a bebida acabou e a comida não deu nem para o primeiro dia, por sorte, havia um pouco de dinheiro consigo e ele só queria encontrar um bar para beber, fuma e comer, a essência de toda vida. Obviamente, sabia que no bar poderia perguntar sobre onde estava e descobrir mais sobre o local.

Quando visse alguém, estendia a mão e sinal de paz – Opa ... sabe me dizer onde tem um bar para um pobre homem comer? – Perguntaria, com um sorriso no rosto, mostrando os dentes amarelados, sabendo que tinha grande chance da pessoa simplesmente sair correndo, acontecia com frequência, mais do que ele desejava, diga-se de passagem. Outrossim, caso não surja vivalma, ele se colocaria a caminhar, marmoreando sobre fome e sede, amaldiçoando os deuses por faminto.

Você com certeza já visitou muitos lugares com seu antigo mentor Artorius, mas essa ilha tinha algo de diferente, um ar misterioso e que você se esforçava em vão para captar em palavras. O ar tinha um cheiro perene de sangue, provindo do solo com excesso de ferro, como você talvez tivesse descoberto em algum relato. E as ruas vazias, mesmo pouco antes do entardecer, era uma visão atípica para um assentamento daquele porte.

O sopro frio do entardecer lhe causa uma sensação de calafrio devido ao seu corpo molhado e eriça seus pelos corporais, o sol poente ao fundo pinta como tinta as construções com suas cores alaranjadas e sustenta enormes sombras que se opõe a luz do entardecer.

Você caminha por três ou quatro ruas até que encontra a primeira alma viva, o olhar de desprezo do homem ao lhe ver é quase bem-vindo dado sua escassez repentina e talvez você até o ignore enquanto pede algumas informações. - Sua laia deveria ir para a ilha de marfim. Declara o homem com um tom de desprezo, mas ausente do medo do desconhecido que você tinha se habituado.

- Se quiser comer algo deveria tentar a sorte na rua das lamparinas, para lá, agora se me dá licença, não quero ficar com cheiro de peixe. Indica uma certa direção com pressa e se afasta antes que você possa continuar a conversa, lhe ajudando por muito mais etiqueta que bondade.

Por entre os prédios baixos você percebe uma iluminação peculiar naquela direção que corrobora com o nome dado pelo homem ao lugar “rua das lamparinas”.

O cheiro de sangue no ar e o véu da noite davam um tom particular de paranoia para aqueles que transitavam por ali, mas além da perene sensação, o local se prova tranquilo conforme Artorius percorre algumas ruas largas, virando uma ou duas esquinas, até alcançar o que, podia presumir, era seu destino.

Uma rua completamente iluminada por lamparinas que a ladeavam junto a uma infinidade de pequenos barzinhos e casas festivas. Pelas calçadas, mesas de madeira simples se abarrotavam e continham em seu entorno diversos jovens de porte jovial, um ar boêmio e estudantil inundava o lugar. Algumas belas moças andavam por entre as mesas trocando pequenas conversas com os jovens, alguns pareciam decidir acompanhar a moça para um local mais isolado e logo desapareciam de sua vista.

O cheiro de sangue era abafado pelo aroma característico de bebida e cigarro que tanto lhe agradava, mas antes que você pudesse se inebriar e pensar em satisfazer seus vícios, o som de cadeiras sendo arrastadas pelo chão é claramente audível.

Você tinha surgido próximo do meio da rua por uma das ruas transversais e, já próximo de ti, algumas mesas tinham interrompido sua conversa enquanto os homens lhe encaravam com olhares estranhos, alguns abertos em surpresa, já outros franzidos, parte curiosidade e parte desgosto, muitos deles arredando suas cadeiras para que estivessem pronto para se levantar.

Mas antes que você pudesse resolver esse problema menor, um grito feminino corta o ar. O alarde é o suficiente para que os homens nas mesas próximas parem de lhe encarar e dirijam seus olhos para a comoção. Você pode claramente ver onde estava uma moça vestida de forma peculiar, calça larga, botas, uma camiseta de cetim e um casaco pesado, mas tais elementos eram incapazes de esconder sua beleza natural, de certa forma apenas a acentua.

— EI, PARA DE GRITAR, ESTOU APENAS INTERESSADO SEUS SERVIÇOS. Gritava um jovem homem corpulento que agarrava a moça pelo braço enquanto a mesma se debatia. — Sai, seu idiota! Responde à garota tentando afastar o homem bêbado.

O musculoso vermelho tenta ignorar a comoção e o impulso natural que sentia por ser um herói enquanto buscava apenas saciar suas vontades mais básicas, mas os gritos apenas se intensificam e o tom antes irritado ganha um sabor de medo e desamparo conforme persiste sem receber qualquer amparo. Se julgando por, talvez, ser tão burro quanto era feio, o homem peixe se vira em direção aos gritos.

É fácil encontrar a figura da moça, agora agarrada pelos dois braços, e do homem alto e roliço que a segurava com um olhar lascivo que aguçava todo seu repúdio por seres humanos. Aqueles ao seu redor não eram melhores, a maioria parecia se divertir com a situação, exibindo sorrisos maliciosos e tecendo comentários zombeteiros em sussurros trocados com aqueles ao seu lado.

Inspirado por algo que te tornava, mesmo sem saber, melhor que todos aqueles jovens mimados, você se aproxima da dupla enquanto recita com calma, mas confiança, seu aviso. - QUEM VOCÊ Acha que é para me interromper? O gorducho começa sua frase com o mesmo tom impositivo que usava contra a moça, mas sua voz parece perder a força e a confiança com velocidade.

As cadeiras e mesas à sua volta se afastam de ti, abrindo passagem. Você percebe olhares de repúdio, mas dessa vez havia uma pitada sutil de medo neles. Percebendo que o gorducho permanecia atônito, você reforça a ameaça de uma forma bastante efetiva, pois o gorducho reage tremendo as camadas de gordura que cobrem seu pescoço enquanto soltava os braços da garota e colocava seus braços à frente de seu corpo em posição defensiva. - Você acha que me põe medo? A pergunta, claro, era o cúmulo da idiotice, o gorducho exalava medo.

Mas, enquanto você sabia que o gorducho não era uma ameaça, sabia que a comoção poderia atrair problemas, noção essa reforçada por alguns burburinhos que você escuta. - Ei, alguém chame a marinha…

Ao perceber que você realmente o atacaria, o gorducho parece entrar em pânico e todas as gorduras do seu corpo balançam enquanto ele tenta formar uma defesa cruzando seus braços em frente ao seu rosto, mas a tentativa de defesa era tão inexperiente e cheia de falhas que você consegue acertar seu soco por uma das brechas, pousando diretamente no queixo do rapaz que amolece que nem geleia caindo no chão desacordado.

A garota que você defendeu te olha atônita com a sua intromissão e parece estar processando o que aconteceu, mas você nem se dá ao trabalho de falar nada com ela, principalmente devido a suas experiências passadas, imaginando que nem receberia um obrigado. Ao invés disso, aproveita o caos do momento para se lançar sobre as mesas que rapidamente se esvaziam com a sua aproximação. Não demora para que você esteja com um frango assado quase inteiro em uma mão e um galão de um vinho barato na outra.

Infelizmente, ninguém responde aos seus pedidos por cigarro, você provavelmente esperava por isso, claro, ao menos é o que você acredita num primeiro momento, mas logo uma figura esbelta surge diante de você. - Eu tenho alguns cigarros comigo, mas temos que sair daqui logo. Era a moça que você tinha salvo, ela ostentava um maço de cigarros em sua mão, mas mal olhava para você, encarando as ruas em torno com certo nervosismo.

Mas, contrapondo a fala da moça, vocês escutam alguns dos jovens que tinham se afastado os cercando enquanto comentam. - Onde vocês pensam que vão, hein? Logo a marinha vai chegar aqui, é melhor vocês esperarem aqui, não temos medo do seu monstro. A voz claramente visava zombar de você. O olhar alarmado da moça se torna ainda mais intenso.

Os jovens a sua frente parecem hesitar se deveriam tentar conter você e a jovem, ou se deviam dar passagem, aparentemente a cena bárbara de você engolindo um frango quase inteiro em algumas bocadas e tomando em goladas uma jarra de vinho os intimidava o suficiente para não quererem tomar o lugar de um dos frangos sobre a mesa, não que você realmente devorasse pessoas, mas o que aqueles mimados ignorantes podiam saber. Por um instante, você até percebe uma mancha na calça de um deles, bebida derramada talvez?

Após escapar do ridículo cerco a moça lhe guia por alguns becos, você obviamente mantinha-se em alerta e podia ter um péssimo pressentimento ao perceber que a moça estava lhe trazendo para uma região muito mais sombria, de ruas estreitas e becos diversos, mas podia também julgar que era o tipo de rota perfeita para escapar de um grupo de marinheiros, era o típico lugar onde eles não eram bem vindos. - Tudo bem, não sou do tipo que julgo as pessoas pela sua… Aparência. Responde à moça as suas explicações, mas lhe dando um olhar de soslaio que você não entendia muito bem o significado.

- Oh, você é um arqueólogo? Questiona retoricamente de forma surpresa, parece que mesmo ela, que proclamava não lhe julgar pela aparência, ainda tinha sido incapaz de conectar uma figura naturalmente refinada com seu caráter bastante exótico. - Estamos indo para casa de um amigo meu, podemos nos esconder lá, tenho certeza de que a marinha não irá nos importunar. Acho que você também vai gostar de conhecer ele Explica a moça, deixando um mistério no final de sua frase com um sorriso astuto, enquanto puxava um maço de cigarros de seu sobretudo, pondo um em seus lábios e lhe oferecendo com a mão. - Servido? Questionava num tom estranho devido ao cigarro segurado no canto dos seus lábios. Logo após, tiraria uma caixa de fósforos de suas calças largas e usaria um para acender o cigarro, antes de também lhe ofertar. Enquanto isso, vocês passavam por ruas ainda mais sombrias e mal movimentadas.

A moça acompanha sua risada, o que te faz perceber que ela tinha um lindo sorriso, era, na verdade, muito bela, ainda que seu jeito rude e roupas folgadas e mal cuidadas lutassem para esconder esse fato. - Maldito vício. Repete rindo enquanto dá outra tragada. - Imagino o quão divertido deve ser sair pelo mar se aventurando. Comentou num tom sonhador, típico da juventude humana, antes que lhe olhasse com um sorriso irônico. - Bom, naufragar não deve ser tão divertido assim. Brinca enquanto caminham.

Logo que o tritão se apresenta, a moça prontamente estende uma mão alva e delicada, correspondendo à apresentação. - Me chamo Annabeth, acho que nosso encontro foi obra do destino Artorius. Proclama a jovem de forma misteriosa enquanto segue o caminho. Poderia conversar outras amenidades, mas a moça se recusaria a responder sobre o amigo que encontrariam ou sobre sua frase anterior.

Eventualmente, a dupla chegaria a uma das pequenas casas mais afastadas do centro. As ruas, se não melhor chamadas de ruelas, eram estreitas e permitiam uma passagem limitada. Casas pequenas se amontoavam e se confundiam entre si. Annabeth se aproxima de uma das portas e ritmadamente dá dois toques nela, seguida de uma pausa e outro toque, permitindo que o silêncio engula os sons da sua mão contra a madeira, quase um minuto após a porta se abrir com um arrastado lento.

Você vê um largo corredor à sua frente com uma pequena escada de ferro em espiral à direita. O homem que abriu a porta não passava de um garoto franzino, talvez tivesse dezoito ou vinte. Você podia presumir pela barba mal formada no rosto, mas seu tamanho se equiparava a apenas dezesseis ou mesmo um jovem de quinze anos. Lhe encarava com um óculos de fundo de garrafa, lentes extremamente grossas que o impediam de encarar seus olhos de volta. - Boa noite, Loche. Comprimento à garota. - Esse aqui é Artorius, ele me ajudou com alguns idiotas mais cedo, precisamos ficar em um lugar frio por um tempo. Explica a moça, já entrando no local como se esperasse que você fizesse o mesmo.