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[Flashback] Piratas da La Gorda

Ineel

Pirata

Qua Jul 31, 2024 3:23 am

[Flashback] Piratas da La Gorda Post: 01


| Dom A. Ineel |


[Flashback] Piratas da La Gorda HuTaaaC
Vitalidade: 4/4
Energia: 3/3
Espirito: 4/4


O som das ondas revoltas e a chuva torrencial que caía do céu cinzento misturavam-se com o estrondo dos canhões e o grito dos homens no convés. As águas  estavam agitadas, refletindo o caos da batalha que se desenrolava ao redor. Era um cenário de pura selvageria, onde a fúria do mar se unia à fúria dos homens.

Em meio a essa tempestade de aço e trovões, Ineel lembrava-se vividamente daquela fatídica noite perto da costa de Las Camps. O céu escuro era rasgado por relâmpagos que iluminavam brevemente o cenário, revelando dois navios da Marinha aproximando-se rapidamente, suas velas brancas ensopadas e suas bandeiras de justiça tremulavam furiosamente contra o vento cortante.

O navio de Ineel, desgastado pelas batalhas anteriores, balançava violentamente ao sabor das ondas. La Gorda, a experiente capitã, comandava sua tripulação com uma mistura de gritos e ordens enquanto o confronto se intensificava. Seus olhos brilhavam com fervor, inspirando seus homens e o próprio aspirante a pirata envolvido no meio de todo aquele confronto, ela fazia sinais rápidos para os artilheiros, ordenando tiros de canhão em resposta às investidas dos navios inimigos.

— Preparar para a abordagem! — Alertou La Gorda, num breve momento em que um dos navios nos alcançara ao ponto de lançarem cordas e ganchos sobre nós.

Ineel estava no meio do tumulto, lutando para manter o equilíbrio no convés escorregadio. A água da chuva misturava-se com o sangue dos atingidos por estilhaços de madeira, e a união com os restos de pólvora dos mosquetes criava uma lama escura sob seus pés. Com a espada em uma mão e uma pistola na outra, ele desferia golpes e tiros contra os marinheiros que tentavam abordar o navio. A visão era limitada pela escuridão e pela cortina densa de chuva, mas a adrenalina corria em suas veias, aguçando seus sentidos.

Os canhões rugiam, arremessando bolas de ferro que se chocavam contra as tábuas dos navios, levantando fragmentos de madeira e metal. A tripulação de Ineel respondia com fúria, lançando tiros e flechas flamejantes contra os navios da Marinha. Porém, era uma luta desigual; os navios inimigos eram maiores, mais novos e em maior número.

Ineel podia sentir o navio tremendo sob seus pés, como uma fera ferida. As ondas batiam contra o casco, enquanto a tempestade não dava sinais de trégua. A cada minuto que passava, a situação tornava-se mais desesperadora. Os marinheiros da Marinha, bem treinados e disciplinados, cercavam o navio pirata por todos os lados.

Contador de palavras: 415





Ineel


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Ineel

Pirata

Qua Jul 31, 2024 3:49 am

[Flashback] Piratas da La Gorda Post: 02


| Dom A. Ineel |


[Flashback] Piratas da La Gorda HuTaaaC
Vitalidade: 4/4
Energia: 3/3
Espirito: 4/4


Foi então que Ineel viu, como se o tempo tivesse desacelerado, uma bola de canhão atingindo o mastro principal. A madeira estalou e se partiu com um estrondo ensurdecedor, enquanto o mastro caía em direção ao convés. A tripulação correu para se desviar dos destroços, mas a confusão era total. La Gorda, em meio à chuva e ao caos, gritou ordens para tentar manter o controle da situação, mas o desespero estava estampado em seu rosto.

Aquele foi o momento em que Ineel percebeu a gravidade da situação. Com o navio seriamente danificado e cercado, não havia como escapar. A última imagem que ele tinha de La Gorda era a de uma figura resoluta, determinada a lutar até o fim. Ela estava posicionada ao lado do timão, empunhando uma espada e uma pistola, enquanto as águas açoitavam o navio e seus homens caiam um a um.

E então, tudo se desmoronou. Um último estrondo ensurdecedor e uma explosão de fogo marcaram o fim, como provável resultado de terem sido atingidos no paiol. Ineel foi arremessado ao chão, sua visão escureceu-se com o impacto. A última coisa que viu antes de perder a consciência foi La Gorda sendo atingida por uma bola de canhão, arremessada ao mar sem misericórdia.

No entanto, o aspirante a pirata estava com sorte, uma visão aterradora surgiu diante de todos: uma enorme tromba d'água começou a se formar no horizonte. Como uma serpente de água retorcendo-se furiosamente, ela crescia e girava, criando uma coluna poderosa que ligava o céu nublado às profundezas escuras do oceano.

A tromba d'água avançava rapidamente, sugando a água do mar e formando um redemoinho. Os navios inimigos também foram pegos de surpresa, seus tripulantes gritaram em pânico enquanto tentavam desesperadamente manobrar para escapar do desastre iminente.

Mas o mar não se importa com o destino dos homens. A força da natureza se mostrou indiferente. A tromba d'água se abateu sobre os navios como uma mão gigantesca, puxando-os para sua espiral de destruição. Aqueles a bordo dos navios sentiram suas embarcações serem sacudidas violentamente, os conveses inclinaram-se perigosamente enquanto a água engolfava tudo ao seu redor.

Os navios começaram a se chocar uns contra os outros, como brinquedos nas mãos de uma criança caprichosa. As embarcações de madeira rangeram e se quebraram, misturando-se em uma massa confusa de destroços. As ondas batiam com força, submergindo os navios e arrastando-os para baixo, rumo ao fundo do mar.


Contador de palavras: 410





Ineel


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Ineel

Pirata

Qua Jul 31, 2024 9:53 am

[Flashback] Piratas da La Gorda Post: 03


| Dom A. Ineel |


[Flashback] Piratas da La Gorda HuTaaaC
Vitalidade: 4/4
Energia: 3/3
Espirito: 4/4


O aspirante a pirata acordou com uma sensação de desconforto e dor. A luz do sol, que atravessava suas pálpebras fechadas, o fez franzir o rosto, enquanto o som distante das ondas quebrando suavemente na praia o envolvia. Com um gemido de exaustão, ele abriu os olhos, piscando contra a claridade. Ao tentar se levantar, sentiu os músculos doloridos e a cabeça pesada. Estava deitado nas areias brancas e finas do Porto de Marfim, um lugar que ele conhecia apenas por histórias e de terceiros.

A brisa salgada do mar acariciava seu rosto, e o aroma familiar da água salgada enchia o ar. A areia fria e úmida aderira às suas roupas, que estavam sujas e rasgadas. Em volta dele, pedaços de madeira e outros detritos dos naufrágios recentes estavam espalhados pela praia, trazidos pela maré alta. Entre os destroços, via-se o que restava de barcos despedaçados, velas rasgadas e fragmentos de vida marítima.

Ineel levantou-se com dificuldade, apoiando-se em um pedaço de madeira flutuante. Ele estava desidratado e com sede, a boca seca e o gosto salgado da água do mar ainda persistente em seus lábios. A dor de cabeça pulsava em suas têmporas, tornando difícil pensar com clareza. Ele passou a mão pelo rosto, sentindo a aspereza da barba por fazer e o cansaço que marcava seus olhos.

Com um suspiro, o homem começou a andar pela praia, seus pés afundavam na areia macia a cada passo. Ele procurava algo, qualquer coisa que pudesse ajudá-lo a aliviar a secura em sua garganta. A sede era avassaladora, uma necessidade primal que superava qualquer outra preocupação. E então, entre os detritos, algo chamou sua atenção. Um reflexo de vidro, meio enterrado na areia, cintilou à luz do sol.

Apressando-se, ele se ajoelhou e puxou o objeto da areia. Era uma garrafa de rum, parcialmente coberta de areia, mas ainda inteira. O coração do náufrago acelerou com uma esperança renovada. Ele esfregou a garrafa contra a manga de sua camisa, limpando a areia e o sal acumulados no vidro. Com uma expressão de alívio, desenroscou a tampa e levou a boca da garrafa aos lábios.

Porém, ao inclinar a garrafa, não sentiu o líquido fluir. Ele balançou a garrafa com mais força, mas nada aconteceu. Frustrado, Ineel olhou dentro da garrafa e, para sua decepção, encontrou apenas uma pequena mancha do líquido âmbar no fundo. Nenhuma gota de rum restara para saciar sua sede.

Contador de palavras: 408





Ineel


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Ineel

Pirata

Qua Jul 31, 2024 10:34 am

[Flashback] Piratas da La Gorda Post: 04


| Dom A. Ineel |


[Flashback] Piratas da La Gorda HuTaaaC
Vitalidade: 4/4
Energia: 3/3
Espirito: 4/4



O vento marítimo soprou, trazendo o cheiro da maresia e o som das ondas quebrando. Ineel sentou-se na areia, com o olhar perdido no horizonte. Apesar da amargura de sua descoberta, ele sabia que precisava reunir forças e encontrar um caminho para sobreviver. A garrafa vazia de rum era um símbolo cruel de seu estado atual: vazio, perdido e à deriva.

Seus olhos percorreram o horizonte, encontrando um ponto de interesse. À distância, havia uma grande fogueira acessa a praia, lançando chamas dançantes ao vento. Ao redor dela, dezenas de mulheres riam e dançavam, suas silhuetas estavam movendo-se graciosamente contra o brilho laranja. O aroma tentador de comida e a visão de bebidas reluzentes fizeram seu estômago roncar.

Antes de seguir em direção à festa inesperada, Ineel certificou-se de que sua pistola estava firmemente presa em seus cintos. Ele sabia que, mesmo em situações aparentemente amigáveis, era sempre prudente estar preparado para o inesperado. Sentindo-se um pouco mais confiante, ele tirou a camisa rasgada, expondo sua pele bronzeada pelo sol e os músculos tonificados pelas batalhas e viagens no mar. Com um sorriso, ele passou as mãos pelos cabelos, ajeitando-os com um toque despreocupado.

Com passos lentos, Ineel dirigiu-se à fogueira. À medida que se aproximava, os sons de risos e música folclórica tornavam-se mais claros, misturados com o crepitar das chamas. As mulheres, percebendo sua chegada, interromperam momentaneamente suas danças para observá-lo. Com um sorriso charmoso, ele acenou, seus olhos mostraram um misto de audácia e charme.

— Bom dia, nobres damas! — Saudou com reverência e uma voz envolvente. — Parece que tive a sorte de encontrar o mais valioso tesouro destas praias: vossa encantadora companhia e esta festividade radiante! — Concluiu o aspirante a pirata, buscando se engraçar com as moças.

As mulheres riram, algumas acenando de volta, outras cochichando entre si com sorrisos intrigados. Ineel, aproveitando a atmosfera favorável, prosseguiu com sua abordagem,  com sua voz mantendo o padrão de cortesia. Uma delas, com um olhar astuto, desafiou:

— Você fala bem, estranho. Mas saber falar é diferente de saber festejar. Mostre-nos que merece estar aqui. — A linda moça indagou para o homem.

Ineel, sem hesitar, aceitou o desafio com um olhar audaz. Apanhou um jarro de bebida de uma mesa próxima, ergueu-o em um brinde e tomou um longo gole, sentindo o calor do líquido descer-lhe pela garganta. Em seguida, se entrosou com as belas moças.


Contador de palavras: 407





Ineel


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Ineel

Pirata

Qua Jul 31, 2024 11:05 am

[Flashback] Piratas da La Gorda Post: 05


| Dom A. Ineel |


[Flashback] Piratas da La Gorda HuTaaaC
Vitalidade: 4/4
Energia: 3/3
Espirito: 4/4


O aspirante a pirata lançou-se em uma dança espontânea, movendo-se com graça e vigor, acompanhando a música que tocava. As mulheres, impressionadas e divertidas, aplaudiram e riram, claramente apreciando o espetáculo. A atmosfera rapidamente se tornou mais calorosa, com risos e música enchendo o ar daquela manhã. Ineel, agora o foco da atenção, foi cercado por algumas das mulheres, que, com sorrisos convidativos, o conduziram para junto da fogueira.

Sentado em uma pedra ao redor do fogo, Ineel foi agraciado com iguarias e mais bebida, as quais aceitou de bom grado, saboreando cada momento. Continuou a conversar com as mulheres, encantando-as com sua lábia e presença.

Com um sorriso cativante, começou a narrar histórias de suas viagens, que em sua maioria nunca aconteceram, adornando suas palavras com uma eloquência que cativava a audiência. Relatou batalhas em alto-mar, ilhas enigmáticas e tesouros ocultos, tudo envolto em uma aura de mistério e romance. Suas palavras eram como um encantamento, atraindo as mulheres para mais perto, ansiosas por cada detalhe de suas aventuras.

Ele fez pausas deliberadas, encontrando os olhares das donzelas, intensificando o suspense. Com uma voz suave e melodiosa, Ineel começou a discorrer sobre a transitoriedade do tempo e a necessidade de aproveitar cada oportunidade.

— A vida no mar, minhas damas — Disse, com um tom pensativo e sedutor. — Ensina-nos a valorizar cada instante, a ver a beleza em cada momento como se fosse o último. Aqui estamos, todos juntos, sob o vasto firmamento, com a brisa trazendo o salgado aroma do oceano. Não é este o cenário perfeito para uma lembrança que durará para sempre? — Indagou, instigando-as.

As mulheres, intrigadas e encantadas, esperavam pelo próximo movimento de Ineel. Ele, percebendo o momento propício, aproximou-se mais e, com um gesto delicado, tomou a mão de uma das mulheres mais próximas. Seu toque era quente e acolhedor.

— Nesta manhã encantadora —  Prosseguiu, com uma voz aveludada e cheia de doçura. — Por que não selamos este momento com um gesto de união e paixão? Uma memória que todas nós levaremos, um beijo compartilhado sob o céu estrelado, um ato que transcenda o mundano e nos una neste instante de êxtase e júbilo. — Propunha o pirata, sem o mínimo de preocupação.

As mulheres trocaram olhares, algumas ruborizadas, outras rindo com suavidade, claramente cativadas e um tanto atrevidas pela sugestão. Ineel, mantendo o ambiente leve e descontraído, aproximou-se ainda mais,  com seus lábios curvando-se em um sorriso sedutor direcionado a cada uma.




Contador de palavras: 414





Ineel


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