Dois Copos de Vodka e Um Copo de Whisky
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Liezi
Administrador
Dois Copos de Vodka e Um Copo de Whisky ─ 01
Uma brisa fresca invade o pequeno bar portuário da Ilha de Marfim, trazendo um sabor salobre do mar para o pequeno estabelecimento. Os primeiros raios de sol rasgam o véu da noite iluminando o céu como uma pintura abstrata de laranja sobre um fundo azul e roxo. Em uma mesa redonda de madeira, talvez mogno, vemos um homem de feições angulares, pele morena e cabelos negros, escorado sob a mesa.
Ineel, uma dor constante atinge sua mente enquanto você recobra a consciência, seus olhos vagam desnorteados pelo bar, identificando dois outros homens em uma mesa próxima à sua, ainda desmaiados, em uma situação pior que a sua. Um homem forte de olhos semicerrados limpa o balcão enquanto parece resmungar algo para si e próximo à porta você nota um velho senhor tomando uma boa dose de uma bebida transparente, talvez sua primeira rodada do dia, ou a última da noite.
Logo você sente a sua boca seca e seu estômago protestando devido à fome, se não tinha comido noite passada ou tinha vomitado o que comeu, permanecia uma incógnita. Outra lufada de ar fresco invade o ambiente, lhe trazendo outro pequeno toque de sobriedade. O bar ficava próximo ao porto e o cheiro de mar e sons das ondas quebrando na praia lhe traziam uma sensação familiar, como a de estar próximo de um bom amigo.
Alguns dias já se passaram desde sua chegada em Las Camp e, talvez diferente do que imaginasse, encontrou pouca vigilância da marinha na cidade, mesmo que um QG se erguesse no horizonte ao oeste onde ficava a Ilha de Ferro. A pouca presença das autoridades lhe permitiu desfrutar de um momento de calmaria e boêmia, mas algo lhe dizia que estava chegando a hora de ser mais que apenas um fanfarrão desfrutando das noites animadas nos bares do porto, mas talvez você preferisse resolver sua ressaca primeiro.
Ineel
Pirata
| Dom A. Ineel |
Vitalidade: 4/4
Energia: 3/3
Espirito: 4/4
contador de vícios: 1/5
Pouco me lembro de como cheguei a essa situação, os detalhes estavam borrados em minha memória como uma pintura inacabada. O que sabia é que já se passaram alguns dias desde que acordei estirado nas praias de areia branca do Porto de Marfim, com uma sede insaciável por rum e comida. A ardência na garganta e o estômago vazio eram lembranças constantes da miséria que se abatera sobre mim. — Maldição, preciso de algo para beber... — Resmunguei.
Ainda havia grãos de areia incrustados em minhas roupas e botas, bati os pés no chão, tentando me livrar do peso da areia que ainda me acompanhava, lembrando do naufrágio recente. Ao olhar ao redor, notei dois camaradas estirados sobre uma mesa, em estado deplorável, aparentemente desmaiados. Com curiosidade e o instinto da pirataria, os examinei em busca de algo de valor que pudesse trocar por comida ou rum.
Meus dedos coçavam com a possibilidade de encontrar algo útil. Ao me levantar, meus ossos estalaram, e a visão ainda turva revelou um ambiente até que simples. Notei um homem resmungando enquanto limpava o balcão, e mais ao fundo, um senhor servindo-se de uma garrafa de bebida. O líquido dourado era uma tentação e considerei a cena como um possível plano B.
Com passos leves e controlados, tentaria me aproximar sorrateiramente da mesa onde dois homens estavam no momento mais oportuno, com a respiração quase parada, me esforçando para não emitir qualquer barulho. Meus olhos varreriam a cena, buscando qualquer sinal de algo valioso - uma bolsa caída, um anel desajustado, uma garrafa de bebida, qualquer coisa que pudesse ser de valor, o tomando imediatamente para mim.
Caso, em algum momento, percebesse que os homens estavam prestes a me pegar no ato, tentaria agir com rapidez e astúcia. Com um sorriso largo e amigável, expressaria a mais inocente das intenções, utilizando meu carisma nato para transformar a situação em algo leve e despreocupado.
— Ora, notei que vossas coisas estavam prestes a cair. Vejam, é muito perigoso deixar objetos assim em locais públicos. Hahaha! Até mais, amigos! — exclamaria, com uma risada jovial e um tom de voz caloroso, como se tudo não passasse de um mal-entendido. Me afastaria da mesa com um aceno amistoso, continuando a sorrir enquanto me dirigia para a saída.
Ao final, tendo exito ou não em meu furto, manteria a mesma energia positiva, seguindo em direção ao senhor que estava próximo à porta, que ainda se servia da garrafa de bebida. Levantaria o braço em um aceno amistoso, tentando captar sua atenção de maneira casual e amigável.
— Meu bom senhor! Tens um tempo? — Indagaria com uma alegria efusiva, procurando me assentar ao lado dele.
Liezi
Administrador
Dois Copos de Vodka e Um Copo de Whisky ─ 02
Os olhos de Ineel percorrem o bar procurando alguma oportunidade de lucro imediato, e rapidamente se concentra nos dois homens desmaiados na mesa próxima. Ao olhá-los com maior atenção percebe que os dois apresentam um biotipo peculiar, um tinha braços anormalmente longos com um par adicional de articulações que inclusive se arrastavam no chão, já o segundo, em um paralelo bastante engraçado, tinha pernas gigantescas que se dobravam de forma bastante desconfortável para caberem abaixo da mesa.
Os dois apresentavam traços familiares, cabelos castanhos e uma pele morena, roupas folgadas e que cobriam apenas o necessário. O homem de braços longas, com a cabeça debruçada sobre a mesa, permanecia completamente imóvel. Após uma análise rápida ele não parecia carregar nenhuma arma, ao invés disso o interesse de Ineel se deposita no pequeno saco de couro preso por uma fina corda em seu pescoço, agora sobre a mesa, que parecia bastante pesado, provavelmente sendo sua algibeira. O único outro item que chamava a atenção e até mesmo destoava da aparência marginal do homem era um pedaço fino de papel branco enrolado que o homem guardava em um dos bolsos de sua calça e que agora podia ser visto por mero acaso.
O alvo de pernas longas, que se encontrava estirado sob a cadeira e roncava baixinho, parecia mais esbanjador, um colar de pérolas adornava seu pescoço e dividia a atenção com alguns anéis aleatórios de ouro e prata, uns adornados com pedras e outros esculpidos com selos. Preso a sua cintura, um cinto de couro também segurava um sabre desgastado sem bainha, a lâmina de uma qualidade superior, mas já estava quase se quebrando devido aos mal cuidados do homem de pernas longas.
Roubar qualquer um dos objetos era uma tarefa arriscada, os homens estavam inconscientes, mas não havia qualquer garantia de que não acordaram nesse meio tempo, e claramente não eram pessoas amigáveis. Ineel arriscaria? Para sua felicidade, ao menos, podia notar que o homem responsável por limpar o balcão parecia pouco interessado nos movimentos daqueles no salão e com certeza não dificultaria a sua vida.
Sua outra opção era conversar com o velho homem que bebia sozinho em uma mesa afastada, um olhar melancólico persistia no semblante do velho senhor e seus olhos fitavam a inquietude do mar ao longe e parecia nem perceber a presença do pirata quando esse se aproximava. É apenas ao abrir a boca que Ineel ganha a atenção do velho senhor que o encara com uma carranca. — Vatimbora rapaz, um velho pode nem passar seu luto mais em paz. Resmunga em parte para Ineel e outra para si.
Se quiser roubar qualquer um dos objetos que destaquei role um teste de Prestidigitação contra a dificuldade do objeto (faça esses testes ANTES do seu post e já pode narrar o roubo ou falha de acordo):Algibeira - Dificuldade 16
Papel - Dificuldade 14
Colar de Perólas - Dificuldade 18
Um Anel - Dificuldade 24
Sabre Desgastado - Dificuldade 20
O primeiro teste é feito normalmente, o segundo vai ser feito com uma Desvantagem Menor, o terceiro com uma Desvantagem e o quarto com uma Desvantagem Maior, tentar roubar o quinto item vai despertar automáticamente os homens.
A falha em qualquer um dos testes faz com que o alvo acorde e por consequência acorde o seu parceiro, se quiser pode tenta levar eles na lábia no teu post e no final dele rolar um teste de Enganação.
Ineel
Pirata
| Dom A. Ineel |
Vitalidade: 4/4
Energia: 3/3
Espirito: 4/4
contador de vícios: 2/5
Os homens estavam rodeados por uma variedade de itens espalhados sobre a mesa e seus corpos, contudo, o que realmente chamara minha atenção foi um fino papel branco, enrolado e parcialmente à vista, emergindo do bolso de um dos imundos adormecidos. O papel aos meus olhos parecia especial, talvez um mapa ou uma carta de importância, e a curiosidade foi instantaneamente atiçada por seu conteúdo.
Com dedos ágeis, deslizei minha mão para dentro do bolso do homem, sentindo a textura do papel. Foi um movimento calculado, um toque suave que não perturbou o sono profundo do possível bêbado. O papel foi puxado para fora com facilidade, sem qualquer resistência, agora seguro em minhas mãos.
Em seguida afastei-me da mesa com a mesma cautela com que havia me aproximado, sem deixar vestígios de minha ação. A sensação de triunfo era suti. — Farei um uso melhor que ti deste papel, amigo. — Murmurei no processo, buscando me assentar novamente próximo a minha mesa discretamente, puxando uma cadeira para ficar de costas a mesa das minhas vítimas do pequeno furto, onde chamaria o mesmo homem de outrora que limpara o balcão com um aceno e um assobio.
Em quanto isto, com uma excitação contida, desenrolaria o papel e meus olhos ávidos começariam a percorrer as linhas contidas, devorando qualquer informação que ali havia.
— Amigo, por obséquio, sois o responsável pelas bebidas? — Perguntaria assim que o visse, sendo respondido positivamente, responderia logo em seguida. — Se possível, gostaria de uma garrafa de rum, quanto cobrarias da clientela nova? Não seria possível fazerdes um desconto? — Reforçaria, insistindo por um breve desconto no valor que coube-se em meus bolsos antes que meus lábios começassem a se ressecar ainda mais.
Liezi
Administrador
Dois Copos de Vodka e Um Copo de Whisky ─ 03
Seus olhos pousam no alvo mais fácil para um furto no momento, e você rapidamente age movendo suas mãos em direção ao bolso do homem de braços longos. Roubar era uma combinação de sutileza e velocidade, infelizmente para você as duas qualidades sofriam de certa mediocridade, e conforme puxava o papel do bolso, para seu azar, parecia que a perturbação e movimentação tinham despertado o homem que resmunga em descontentamento enquanto vira o rosto em sua direção, você pode sentir seu coração pular uma batida devido ao susto, mas sua mente perspicaz resiste ao pânico tempo suficiente para perceber que fora apenas uma reação inconsciente e o homem continuava dormindo.
Sentindo uma onda de alívio, você se afasta, optando por não testar a sua sorte em alvos mais perigosos. Interessado pelo possível conteúdo do papel, você o desdobra diante dos seus olhos. O papel estava bastante amassado, mas você percebe por três dobraduras transversais que ele já foi dobrado como uma carta em certo momento.
Ouvi muitas recomendações de vocês, nobres irmãos, de Moreu. Preciso que vocês me façam um favor, quero que me tragam o homem conhecido como Tesla para as ruínas no centro da ilha, isso deve ser feito no primeiro dia de lua cheia, mas preciso que vocês evitem todos os olhares curiosos, principalmente, vocês sabem, aqueles destinados a quem se aproxima das ruínas. Vocês podem me encontrar no prédio semi-afundado na zona meridional. Pagarei R฿ 20.000.000 pelos seus serviços.
O ouro é nosso amigo e a bebida nossa amada.
O ouro é nosso amigo e a bebida nossa amada.
A carta parecia endereçada à dupla de homens que, você podia julgar, eram caçadores de recompensa. O trabalho podia não lhe interessar, mas talvez o conteúdo e os interesses do contratante fossem de sua curiosidade. Por outro lado, você parecia estar a um passo de se meter em problemas. Com rápidas contas você sabia dizer que o próximo primeiro dia de lua cheia seria a dali 2 noites, e que esta carta estava muito nova para que o trabalho já tivesse sido feito no ciclo lunar passado.
Enquanto lia, talvez esperando curar sua ressaca da melhor forma conhecida pelo homem: bebendo mais, você chama a atenção do homem atrás do balcão que se aproxima com visível pouca vontade, o que combina com sua carranca. Sua primeira pergunta é respondida com quase menos que um resmungo afirmativo, já a segunda tira um pequeno riso do homem, um sucesso talvez? — Para clientes bonitos, nós temos um bom desconto… Você paga inteira. Zomba, o homem o encara com certa impaciência. Você conhecia a vasta cartela de bebidas do local, que se resumia a uma cerveja meio aguada, um conhaque mal destilado e cachaça das piores, o que pediria?
Ineel
Pirata
| Dom A. Ineel |
Vitalidade: 4/4
Energia: 3/3
Espirito: 4/4
contador de vícios: 3/5
Enquanto examinava o papel com minúcia, as palavras que acompanharam "vinte milhões de berries" saltavam aos olhos, um valor considerável para muitos, mas que para mim, com uma história de vida abastada, não era tão impressionante. Em minha antiga existência de burguês felizardo com um berço de ouro, valores assim não passavam de números corriqueiros, meros pedaços de uma fortuna maior que sempre estivera ao meu alcance. — Devo confessar que a menção à bebida foi a que mais me aprazou. — Ironizei, com um singelo sorriso, recolhendo o papel aos meus bolsos.
Ainda assim, algo mais profundo e excitante pulsava dentro da alma, algo que ia além da mera quantia de dinheiro. Não era o valor monetário que realmente me cativara, mas sim o vislumbre da oportunidade de se provar, de fazer algo significativo por conta própria. A ideia de embarcar na vida de pirata, de cortar as amarras de sua velha vida e se aventurar em um mundo de liberdade e perigos, era o que realmente fazia o coração dos homens bater mais rápido.
O atendente se aproximou com passos pesados e uma expressão cerrada, seu semblante revelava um desdém notável por minha solicitação. Ao ouvir meu pedido de uma bebida, ele respondeu com um tom sarcástico, do qual me fizera rir em uma pequena gargalhada sincera. Com um sorriso afável e um brilho astuto nos olhos, repliquei com elegância: — Oh, prezado senhor, se a beleza fosse a moeda corrente, já estaria enredado em riquezas. Contudo, se é o preço integral que impõe, pagá-lo-ei com a mesma cortesia que se reserva aos cavalheiros. — Dizia passando as mãos sobre meus cabelos, de bom humor, concordando em pagar pelo valor estipulado.
— Espero que ao menos a garrafa de conhaque oferecida se mostre mais amável que a vossa recepção. — Concluiria, entregando-lhe o valor integral com uma pequena reverência teatral, como se estivesse cumprimentando um nobre de alta estirpe. Sem mais delongas, desenroscando a tampa e levando um gole da bebida aos lábios assim que a recebesse, decidindo por ironicamente curar a ressaca com mais ressaca.
No entanto, aproveitaria o embalo da situação, virando-me novamente para o atendente, que possivelmente se aborreceria novamente como uma tempestade em alto-mar. Com um sorriso malicioso, decidiria por fazer uma tentativa para extrair informações. — Aproveitando o ensejo, bom senhor, conhecerdes aqueles dois indivíduos desfalecidos na mesa próxima? — Perguntaria, apontando com um gesto discreto e elegante na direção dos homens que jaziam em estado lamentável.